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O Repositório da Universidade Pedagógica de Maputo é um espaço dedicado à preservação, disseminação e acesso aos resultados da pesquisa acadêmica realizada em nossa instituição.

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O CURRÍCULO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E O CORPO: AS VOZES E AS PRÁTICAS DOS/AS
(2023) Pessula, Pedro António; José, Ângelo
Esta tese foi resultado de uma pesquisa sobre o Currículo de Educação Física na qual se procurou compreender a ideia do corpo e sua relação com as teorias curriculares a partir dos documentos oficiais, dos discursos e das práticas de professores/as. Por conseguinte, partiu-se da inquietação segunda a qual em que medida o Currículo de Educação Física do Ensino Primário em Moçambique ainda é moldado pela herança epistemológica colonial a partir das relações de poder e da construção da identidade das crianças bem como os/as professores/as constroem e implementam o currículo no chão da escola. A tese teve como campos de inspiração as teorias pós-críticas na perspectiva do Multiculturalismo Crítico (MCLAREN, 1997; HALL, 2013) alicerçado nas Epistemologias do Sul (SANTOS e MENESES, 2010) e no Pós-colonialismo (BHABHA, 2013; SAID, 2007). O estudo foi realizado na Escola Primária dos “Cajueiros” que se localiza na Cidade da Matola, Província de Maputo. Fizeram parte da pesquisa quatro professores e uma professora que leccionam as aulas de Educação Física na 6ª e 7ª classe. Para a recolha de dados usaram-se como técnicas a entrevista, a observação de aulas de Educação Física e a análise documental. Para análise do Plano Curricular do Ensino Primário, dos Programas de Educação Física e das entrevistas recorreu-se aos procedimentos das pesquisas pós-críticas sugeridos por PARAÍSO (2014), designadamente: (a) a decomposição, para desmontar o que foi identificado, reunido e agrupado; (b) desmontagem, para decompor o que foi actualizado e fixado; (c) remontagem, para produzir outros sentidos e (d) recomposição, para encontrar possíveis ressignificações. De seguida, o material recolhido foi confrontado com as perspectivas teóricas curriculares e com as concepções de corpo. Os resultados da pesquisa indicam que: (1) os documentos apresentam os desportos eurocêntricos e estadudinenses como temas dominantes e foram hierarquicamente definidos de cima (MINEDH) para baixo (escolas); (2) os programas apresentam perspectivas curriculares tecnicistas (educação desportiva e educação física para saúde) e visão de corpo máquina e corpo saudável e (3) nas narrativas e práticas dos/as professores/as imperam as noções de corpo máquina, corpo biológico e as de currículo de Educação Física para Saúde, Educação Física Desenvolvimentista, Educação Desportiva e Educação Física Psicomotora. Da pesquisa compreendemos que os programas de ensino e os relatos dos/as professores/as consubstanciados pelas aulas observadas apresentam um desenvolvimento de um currículo híbrido na medida em que os/as mesmos/as professores/as usam várias perspectivas curriculares aliados à visão de corpo biológico e corpo-máquina, o que pressupõe o supremacia de teorias curriculares tecnicistas no currículo moçambicano. Igualmente, percebemos que os/as professores/as constroem as identidades de corpo biológico e corpo-máquina dos/as seus/suas alunos/as a partir das práticas corporais que elegem para ensinar.
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ANÁLISE DA EFICÁCIA DOS SISTEMAS DEFENSIVOS FACE AOS SISTEMAS OFENSIVOS DAS EQUIPAS DE ANDEBOL SENIORES MASCULINAS E FEMININAS, NO CAMPEONATO NACIONAL 2015
(2015) Cossa, Fernando do Rosário David; Gaziano, Alberto da Conceição Liberto
O objectivo do presente estudo foi de analisar a eficácia dos sistemas defensivos face aos sistemas ofensivos, implementados pelas equipas seniores masculinos e femininas no campeonato nacional de andebol em Moçambique, edição 2015. O certame decorreu na cidade de Maputo no período de 14 a 21 de Dezembro de 2015, no pavilhão do Clube dos Desportos da Maxaquene e no salão do Instituto de Formação de Professores. Estiveram presentes 7 equipas em masculinos e 5 em femininas realizando 21 e 15 jogos respectivamente. A amostra foi constituída por 20 jogos observados, dos quais 10 em masculinos e 10 em femininos, para a recolha de dados recorremos a uma ficha de observação de jogos elaborada por Graziano (1990). Para análise de dados, recorremos a regra 3 simples para achamos a percentagem da eficácia defensiva. Os principais resultados encontrados foram: i) os sistemas defensivos 6:0, 5:1, 4:2, e 3:3 foram mais utilizados pelas equipas masculinas e femininas, ii) em ambos sexos foi notória a eficácia do sistema defensivo 5:1 face ao sistema ofensivo 3:3 com percentagens de 40% femininos e 42% em masculinos, e o sistema defensivo 6:0 foi eficaz face ao sistema ofensivo 4:2 com 20% em femininos e 25% em masculinos, iii) os masculinos apresentaram percentagens superiores comparativamente aos femininos, em todas acções observadas, julgamos que esta diferença deve-se a compleição física e ritmo do jogo levado a cabo pelos masculinos.
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Validade concorrente de dois métodos de avaliação de Actividade Física na população residente na cidade de Maputo
(2020) Uate, Jorge Alberto Croniel; Prista, António
Introdução: A busca dos métodos eficazes para avaliar AF num contexto populacional, tem sido uma grande preocupação dos pesquisadores que dão importância para desenvolver instrumentos que sejam acessíveis do ponto de vista de custo, facilidade, aplicação e abrangência. Objectivo: Avaliar a fiabilidade e validade concorrente entre dois métodos de avaliação da actividade física (AF) na população de cidade de Maputo. Metodologia: Cento e oitenta indivíduos residentes num bairro peri urbano de Maputo todos assintomáticos, com idades compreendidas entre os 15 e 64 anos sendo 73do sexo masculino e 107 do sexo femininos, seleccionados aleatoriamente de entre (282) agregados familiares num total de oitocentos e quarenta e três (843) indivíduos dum estudo de vigilância epidemiológica. Os sujeitos usaram durante 7 dias consecutivos e simultaneamente um pedómetro (PED) (versão 1-866-342-2328) e um Acelerómetro (ACEL) (Actigraph modelo activelife 6.1.1). Os aparelhos foram colocados ao nível da cintura pélvica. Resultados: Em media o PED registou mais passos (PED=7095,3 ± 4084,2; Acel=4910,9±3444,2;p=0,000) e menos tempo em Actividade Física Moderada e Vigorosa (AFMV) (PED=24,26±24,93 ACEL=29,13±25,89±25,89; p=0,000). A concordância foi em passo foi 85% e no tempo de AFMV de66%) sendo o coeficiente de correlação intraclasse de r =0,78 e 0,60 para a medida dos passos e do tempo em AFMV respectivamente. Conclusões: A comparação dos valores em passos e tempo em AFMV foram significativamente diferentes sendo a medida dos passos superior no PED e da AFMV no acelerómetro.
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Aptidão Física, Composição Corporal e Densidade Mineral Óssea em Mulheres Africanas Pós-menopausicas de Zonas Rurais e Urbanas de Moçambique
(2009) Daca, Timóteo Salvador Lucas
A osteoporose é uma doença que afecta os ossos com repercussões para a saúde pública e que se caracteriza pela perca de densidade mineral óssea (DMO) e atinge com particular incidência o sexo feminino, principalmente após a menopausa. Os factores determinantes da osteoporose são múltiplos e complexos Entre eles se encontram a composição corporal, o sedentarismo e a aptidão física, factores que foram seleccionados para o presente trabalho. A escassez de estudos em África e a inexistência em Moçambique constituiu a motivação essencial deste trabalho. O objectivo central do estudo foi de estudar os factores associados a osteoporose (composição corporal e condição física), de mulheres Moçambicanas de zonas rurais e urbanas em idade pós_menopausa. A dissertação está apresentada em 6 secções nomeadamente (1) a Introdução ao problema, (2) Revisão da literatura, (3) Material e Métodos, (4) Apresentação dos resultados (5) Discussão dos resultados e (6) Conclusões gerais. A revisão de literatura foi realizada com o objectivo de sistematizar a informação existente, dentro e fora da África. Desta revisão ficou evidente a escassez de estudos na população Africana o que condicionou o volume de informação sobre o assunto. Esta escassez está associada a exigências técnicas e financeiras do diagnóstico da osteoporose, o que condiciona o estudo da prevalência epidemiológica em todo o mundo. De uma forma geral os estudos que envolveram negros e brancos, não necessariamente de África, têm demonstrado valores superiores de DMO nos primeiros. As razões para tal vantagens ainda não estão identificadas. A literatura recomenda cuidados na generalização destas observações em função de elevadas limitações metodológicas. A literatura descreve as mulheres Africanas como tendo menopausa precoce, relativamente a mulheres de outros continentes, associada, entre outros factores, aos curtos intervalos de partos. Apesar deste fenómeno se constituir como factor de risco para a osteoporose, a literatura identifica menor prevalência nas mulheres Africanas. Os factores identificados como determinantes na osteoporose, embora numerosos, não estão ainda modelados com a robustez desejada. Em particular, a associação da osteoporose com a actividade física e aptidão física, embora consensual, não apresenta ainda evidência sólida. Foi com esta informação inicial que se realizou o estudo que teve como objectivos os de (1) descrever a prevalência da osteopenia e osteoporose em mulheres Africanas pós- menopausicas de zonas rurais e urbanas de Moçambique e (2) estabelecer a relação entre a DMO, gordura corporal (GC) e aptidão física (AF) nesta população. O estudo envolveu 201 mulheres da zona urbana (95) e rural (106), todas em condição pós-menopáusica. A densitometria foi avaliada por absortometria de raio X de dupla energia (DEXA) com avaliação em várias regiões do corpo. As variáveis somáticas foram igualmente avaliadas utilizando protocolos padronizados. A Aptidão Física foi avaliada por uma Bateria de testes concebida para a faixa etária do presente estudo (Rikly & Jones, 1999). Os resultados sugeriram que as mulheres urbanas apresentam uma DMO significativamente mais elevada que as mulheres rurais, tendo a prevalência de osteoporose sido significativamente mais elevada na zona rural, onde o sobrepeso e obesidade combinados foram acentuadamente mais reduzidos (23.6%) relativamente a zona urbana (88.4%). Recorrendo a estatística multivariada, a gordura corporal revelou-se como a única variável, de entre as estudadas, com efeito significativo na DMO. Com as reservas necessárias, dadas as limitações do estudo, foi concluído que (1) a osteoporose associada ao envelhecimento é um problema de saúde pública em Moçambique e que (2) factores alimentares devem constitui-se como determinantes na maior prevalência de osteoporose nas zonas rurais impedindo eventualmente a expressão do efeito benéfico da maior actividade e condição física das mulheres dessas regiões.
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Concepções do Corpo na Educação Física em Moçambique: Um estudo de caso com professores das escolas secundárias
(2010) Pessula, Pedro António; Moreira, Wagner ; Muria, Ângelo
Ao longo do tempo, conhecer o corpo significava invadi-lo em sua intimidade e, nessa invasão, era permitido manipulá-lo de todas as formas como se tratasse de uma máquina. Ao ser comparado como uma máquina, o corpo recebe uma educação que considera apenas o seu aspecto mecânico, desprovido de sentimentos, emoções e desejos o que significa o não reconhecimento da intencionalidade do movimento humano. Esta concepção do corpo tem influências na área de Educação Física, visto que, a ideia de corpo fragmentado, corpo considerado como um objecto passível de ser manipulado, de ser dividido em partes para um processo analítico está presente nas nossas aulas. Fundamentamos este nosso argumento, o facto dos conteúdos de Educação Física serem repetições mecânicas de gestos e movimentos desportivos que consideravam apenas os parâmetros físicos em detrimento dos aspectos afectivos, sociais, cognitivos e culturais. No nosso estudo, pretendemos reflectir sobre as concepções do corpo dos professores de Educação Física e o trabalho com o corpo do aluno durante a sua acção pedagógica. Para alcançar os nossos propósitos, realizamos uma pesquisa qualitativa com enfoque na abordagem fenomenológica para entendermos as concepções de corpo e sua relação com a acção pedagógica na Educação Física em Moçambique. A pesquisa bibliográfica foi efectuada para compor a matriz teórica sobre o corpo, corpo e educação física, corporeidade e formação de professores. Os programas da disciplina de Educação Física e dos cursos de formação, forma analisados através da pesquisa documental para verificarmos como é tratado o corpo. A pesquisa de campo foi com base nas entrevistas aos professores de Educação Física e a observação das aulas. O estudo foi realizado em 10 escolas secundárias envolvendo 18 professores. Os discursos dos professores foram analisados com base na análise de conteúdo, com base na técnica de elaboração e análise de unidades de significado, adaptado e validado para Educação Física por Moreira, Simões e Porto (2005). Os resultados do nosso estudo mostram que os professores, entendem o corpo na perspectiva anatómica (44,4%), corpo como máquina (38,9%), corpo e alma (16,7%), corpo como um todo (11,1%) e corpo objecto de rendimento (5,6%). Em relação à acção pedagógica, os professores afirmaram trabalhar com o corpo na perspectiva de rendimento (50,0%), saúde (44,4%), lazer (16, 7%), estética (11,1%) e corpo dócil (5,6%). Face a estes resultados, concluímos que os professores concebem o corpo na perspectiva biológica e mecanicista e trabalham com o corpo do aluno de forma fragmentada, procurando atingir o melhor rendimento e perspectiva boa saúde.
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Estudo do Crescimento Somático, Composição Corporal, Actividade Física Habitual e Aptidão Física das Crianças e Jovens em Idade Escolar Residentes na Ilha de Inhaca
(2020) Nhaca, Gomes Agostinho; Daca, Timóteo
INTRODUÇÃO: O projecto Variabilidade Biológica Humana (VBH) em Moçambique teve início na década 90 e os seus estudos de tendência secular sugerem que há influência genética e ambiental na explicativa do padrão do crescimento somático, actividade física habitual e aptidão física ns parte continental de Moçambique, faltando estudar a população moçambicana que vive nas ilhas. OBJECTIVO: avaliar e interpretar o estado do crescimento somático, actividade física habitual e aptidão física das crianças e jovens em idade escolar residentes na Ilha de Inhaca. MÉTODOS: O estudo abrangeu 740 crianças e jovens (378 meninos e 362 meninas) dos 6 aos 17 anos de idade. A avaliação compreendeu a antropometria, composição corporal, actividade física habitual e aptidão física. A ANOVA one-way foi utilizada para comparar as médias em função de sexo e idade, das crianças e jovens residentes de Inhaca. A ANCOVA, tendo a idade como covariável, foi utilizada para comparar os resultados dos estudos das amostras de Calanga e Maputo com os de Inhaca (2019). A análise de dados foi realizada no pacote estatístico SPSS versão 22.0 com intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: As meninas apresentam maiores valores médios na maioria dos indicadores do crescimento somático e da composição corporal (p=0,001), à excepção da estatura e perímetro da cintura. Na Actividade física habitual as meninas apresentam maior coeficiente da actividade total em relação aos meninos (p=0.001). Na Aptidão física, os meninos superaram as meninas em todas as provas (p=0.001), à excepção da prova de flexibilidade. Na comparação entre a ilha e o continente, as crianças de Inhaca apresentam valores médios superiores do crescimento somático em relação a Calanga e menor em relação a Maputo (p=0.001). Na aptidão física as crianças de Inhaca superam os seus pares de Calanga na força abdominal (p=0.001) e na força dos membros superiores (p=0.001). Em relação a Maputo, a amostra de Inhaca apresenta melhores resultados na aptidão cardiorrespiratória (p=0.001). Na actividade física habitual a amostra de Inhaca apresenta coeficiente de actividade total superior aos seus pares da parte continental em ambos os sexos (p=0.001). CONCLUSÃO: Os resultados do estudo indicam que a população infantil e juvenil da Ilha de Inhaca apresenta características específicas e relevantes no crescimento, aptidão física e actividade física sugerindo um forte impacto ambiental nestes domínios.
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Modelação Hierárquica Interdiscursiva dos Treinadores, no Final do Jogo, nas Modalidades de Futebol e Basquetebol em Moçambique
(2023) Oliveira, Daniel Manuel; Daca, Timóteo
INTRODUÇÃO: O interdiscurso formulado pelos treinadores das modalidades desportivas é objecto de reflexão sistematizada, não apenas para atender ao acto de comunicar sobre o sucedido durante o jogo, mas também de preparar a sua equipa para as futuras sessões de treino. A comunicação tem sido alimentada também por momentos de reflexão das acções apresentadas pelos seus jogadores durante o jogo, não obstante o treinador ter um tempo muito restrito de fazer uma leitura rápida no final do jogo. O estudo desta temática, no campo desportivo, está na sua fase inicial. OBJECTIVO: O objectivo do presente estudo foi de analisar o interdiscurso dos treinadores, no final do jogo, de Futebol e de Basquetebol nas competições desportivas em Moçambique. MÉTODOS: foram auscultadas 78 entrevistas do final do jogo dos treinadores de Futebol e de Basquetebol disponíveis na base de dados da Radio Moçambique. As entrevistas foram realizadas entre 2017 a 2022. A ficha de auscultação do interdiscurso dos treinadores foi preenchida por dois investigadores na qual as variáveis independentes foram pontuadas tendo em conta o nível de frequência dos aspectos táctico, técnico, físico, mental, social, emocional e arbitragem, sendo de menos frequente (1) a mais frequente (5). Os dados foram processados e analisados utilizando o teste estatístico de Qui quadrado com 95 % de intervalo de confiança. As comparações foram realizadas em função do nível de formação académica dos treinadores, tipo de competição, resultados e responsabilidade do jogo. RESULTADOS: os principais resultados indicam que os aspectos interdiscursivos mais incluídos no discurso dos treinadores são de domínio táctico, técnico, físico e mental relativamente ao social, emocional e de arbitragem. Os anfitriões apenas superam nos aspectos emocionais em detrimento dos visitantes. Os vencedores apresentaram mais aspectos técnicos e mentais enquanto os derrotados incluíram mais aspectos físicos nos seus discursos. Os que empataram abordaram mais aspectos táticos do jogo. Os da primeira divisão incluíram no seu interdiscurso mais aspectos tácticos, físicos e emocionais o que difere dos da segunda divisão, mais para aspectos técnicos, mentais e sociais. Os de nível de escolaridade superior incluem mais aspectos tácticos diferentemente dos menos escolarizados. A similaridade interdiscursiva entre os treinadores foi observada nos aspectos técnicos e emocionais. CONCLUSÃO: O interdiscurso dos treinadores, no final do jogo, de Futebol e de Basquetebol nas competições desportivas foram modelados por modalidade desportiva, formação académica, tipo de competição, resultado do jogo e responsabilidade do jogo.
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Transporte Activo e o Nível de Actividade Física das Crianças dos 10 a 12 anos de idade residentes nas zonas urbanas, periurbana e rural da Cidade e Província de Maputo
(2021) Tchonga, Francisco Almeida; Daca, Timóteo
INTRODUÇÃO: O transporte activo (TA) relacionado ao nível de actividade física (NAF) das crianças residentes na cidade e Província de Maputo continua sendo desconhecido pela escassez de estudos. Objectivo: Descrever o uso do TA e os NAF das crianças de 10 a 12 anos de idade residentes nas zonas urbanas, periurbana e rurais da Cidade e Província de Maputo. METODOLOGIA: Foram avaliadas 802 crianças, Rapazes (42,8%) e Raparigas (57,2%) dos 10 aos 12 anos com média de idade de 11,08±0.94, todos residentes nas zonas Urbana (32,4%); Periurbana (37,5%) e Rural (30,0%). Foram avaliadas variáveis sociodemográficas (idade, sexo, zona de residência), NAF (número de passos, AFMV) e TA (caminhada, transporte escolar, carro pessoal, motorizada e bicicleta). O one-way ANOVA e o Qui-quadrado foram utilizados para análise dos dados, com recurso ao SPSS versão 22, obedecendo 95% de intervalo de confiança. RESULTADOS: Os resultados demostram que as crianças utilizam mais a caminhada do que o transporte escolar para se deslocar de casa para escola vice-versa. Não foram encontradas crianças que usam o carro pessoal, motorizada, bicicleta como meio de deslocação para o mesmo trajecto. Adicionalmente, o NAF destas crianças foi considerado baixo nos dois indicadores de número de passos e da intensidade de AFMV, independentemente do género. Os rapazes que caminham de casa para a escola, e vice-versa, realizaram mais passos (14979±5957 vs 12805±7174, p=0.003) e apresentam melhor tempo de AFMV (17.6±9.0 vs 14.0±8.5, p=0.001) do que os que vão de transporte escolar. Tendências destes resultados foram também observados nas raparigas que que caminham (11619±5006 vs 10025±4292, p=0.001) e o tempo de AFMV (12.9±7.4 vs 10.1±6.5, p=0.001), não foram observadas diferenças estatísticas significativas entre os rapazes e as raparigas em todas comparações realizadas. CONCLUSÃO: As crianças em idade escolar usam mais a caminhada do que o transporte escolar, não obstante o número de passos e os níveis da intensidade de actividade física moderada a vigorosa serem reactivamente baixos segundo as recomendações para promoção de saúde.
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Analise Cinemática da Corrida de 100 Metros Rasos no Atletismo: Um estudo realizado com Atletasda Cidade de Maputo - Moçambique
(2016) Machanguana, Ercilio Armindo; Graziano, Alberto
O objectivo deste estudo foi de analisar a cinemática da corrida na prova de 100 metros rasos no atletismo em atletas federados pertecentes aos clubes da cidade de Maputo. A amostra foi constituida por 10 atletas velocistas, dos quais 5 mulheres e 5 homens seniores, pertecentes a vários clubes da Cidade de Maputo. O estudo é de caracter descritivo transversal e exploratório. Ao nivel de tratamento estatistico dos resultados foi realizada uma análise exploratória dos dados, com recurso aos metódos gráficos "caixa de bigodes" para identificação de outliers, ao procedimento de kolmogorov- Smirnov para testar a normalidade da destribuição. Foi também realizada uma analise descrtiva de todas as variáveis em estudo, através dos valores da média e do desvio- padrão. A partir dos valores médios de cada individuo foram determinados os valores médios e respectivo desvio padrão de cada grupo de estudo para cada variável estudada. O significado estatístico das diferenças das médias entre os grupos foi testado com recurso ao teste não parâmetrico. U de Mann-Whitney e utilizou-se o coeficiente de correlação de Person, para examinar as relações existentes entre as variáveis, recorreu-se aos programas Excel e SPSS versão 20 e o nível de significância foi fixado em 50%. A relação estátistica inversa entre a velocidade e a aceleração encontrada, foi bastante significativa no grupo masculino (-0.922), contrariamente ao grupo feminino, que foi bastante fraca (-0.120). Dentre os resultados podem se destacar os dois grupos os dois grupos de estudos. Com relação entre a aceleração e a potência, estavam significativamente associados (0.999 e 0.999). Não foi encontrada, também nos dois grupos de estudo uma relação significativa entre a aceleração e o tempo, nomeadamente (0.144 e 0.156 para o grupo masculino e feminino, respectivamente). Com relação à velocidade e o tempo, apenas no grupo feminino se verificou uma relação significativa (0.617). No grupo masculino, a relação foi inversa e muito fraca (-0.01966).
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A Autopercepção Subjectiva do Estado de Saúde dos Participantes e não Participantes do programa Envelhecer com Saúde na Cidade de Maputo
(2021) Naete, Ricardo da Costa; Daca, Timóteo
INTRODUÇÃO: A percepção do estado de saúde das populações adultas e idosas tem importância científica, não só para identificar a presença dos sinais e sintomas mais salientes de distúrbios, mas também para perceber como a actividade física (AF) regular ajuda a melhorar os processos cognitivos de bem-estar físico, mental e social. A autopercepção do estado de saúde dos adultos e idosos em programas de AF ainda é desconhecida em Moçambique, primeiro, por escassez de estudos e segundo pela complexidade do seu entendimento e avaliação. OBJECTIVO: avaliar comparativamente a autopercepção do estado de saúde dos participantes (GEx) e não participantes (GnEx) do Programa “Envelhecer com Saúde” em curso na Faculdade de Educação Física e Desportos a mais de 10 anos de existência na Cidade de Maputo. MÉTODOS: Foram seleccionados por conveniência cerca de 181 adultas e idosas (57,9±6,7 anos de idade), sendo 113 (60,7±6,7 anos de idade) participantes (GEx) e 68 (55,3±3,5 anos de idade) não participantes (GnEx) do Programa “Envelhecer com Saúde”. O questionário de autopercepção subjectiva do estado de saúde (QPS) elaborado por John Ware em 1976 foi o instrumento de medida utilizado no presente estudo. O QPS apresenta 33 itens dos quais 27 itens formam seis subscalas, a saber: (1) Saúde Actual (SA) com 9 itens; (2) Saúde Passada (SP) com 3 itens; (3) Perspectivas de Saúde (PS) com 4 itens; (4) Resistência a Doença (RD) com 4 itens; (5) Preocupação com a Saúde (PS) com 5 itens; (6) Orientação da Doença (OD) com 2 itens. Antes do estudo propriamnete dito, o QPS passou por um teste de consistência interna, no qual 20 adultos e idosos (10 GEx e 10 GnEx), participaram no teste e reteste com intervalo de uma semana. O alfa (α) de Cronbach foi estimado para verificar a consistência interna do QPS enquanto o teste de Wilcoxon (W) foi utilizado para a comparação entre os GEx e o GnEx. Todos os presupostos estatísticos obedeceram ao intervalo de confiança (IC) de 95% processados no pacote estatístico SPSS versão 22.0. RESULTADOS: O teste e reteste indicou elevada concistência interna do QPS testemunhado pelo valor de Alfa de Cronbach que esteve acima de 0.080 considerado mais que perfeita: (1) Saúde Actual (0,976); (2) Saúde Passada (1,000); (3) Perspectivas de Saúde (0,996); (4) Resistência a Doença (0,997); (5) Preocupação com a Saúde (0,991); (6) Orientação da Doença (0,987). A comparação entre os grupos indicou que o GEx apresentou melhores escores do QPS do que o GnEx em todas as dimensões; a saber; SA (39.6 ± 4.1 & 17.4 ± 9.8; p= 0.001); SP (10.7 ± 2.9 & 5.5 ± 2.4; p= 0.001); PS (18.4 ± 1,6 & 8.2 ± 5.6; p= 0.001); RD (16.7 ± 2.5 & 8.2 ± 5.6; p=0.001); PcS (18.7 ± 3.4 & 9.8 ± 4.9; p=0,001); OD (7,6 ± 2.2 & 3.5 ± 1.2; p= 0.001); RnD (25.6 ± 8.7 & 13.0 ± 7.7; p= 0.001), respectivamente. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que o programa de AF pode estar a contribuir para a autopercepção subjectiva positiva do estado de saúde dos participantes.